ANO NOVO

Chegou a hora do balanço.

Lemos os jornais, vemos as revistas, ouvimos a rádio e os telejornais e cá estão os comentários do ano 2007.

É a política, a sociedade, a saúde, a economia, o desporto, etc. etc. ...o melhor, o pior... as figuras do ano... ouvimos entre nós "ANO NOVO, VIDA NOVA"!

Valerá a pena fazer o meu balanço do ano de 2007?

Recordar o bom , o menos bom?

Reviver mês a mês aquilo que me inquietou ou me deu alegria?

Acho que vou arrumar este ano...vou deixá-lo quietinho...naquela caixinha de memórias, fechada com a chave da saudade...

E se me é permitido vou pedir ao ano 2008, que mantenha a minha família unida e amiga e os meus amigos sempre amigos e sejamos todos capazes de fazer deste NOVO ANO de 2008, um ano para recordar e guardar na gavetinha das memórias, com a mesma serenidade que passámos este 2007.

BOAS FESTAS

NATAL é agora!

Natal são os meus filhos e filhas, as minhas netas e o meu neto...e tu, Mãe!
E tu, Carlos!
E vós, amigos com ASAS e sem asas!
Natal é sempre esta saudade que o tempo não apaga.

NATAL é amanhã!

VEM AÍ O NATAL!

(Presépio feito por alunos de uma escola)

........E quando era Natal, corríamos pelas veredas de Morgavel, a apanhar musgo, azevinho, pedrinhas, areia , tronquinhos, bocadinhos de telhas e tijolos partidos, tampinhas de frascos. E de casa vinham os trapinhos do saco da costura da avó, as linhas, os cordéis, as pratinhas dos chocolates, o cartão da caixa dos sapatos e depois...mãos à obra.
.............Ao fundo da sala, na bancada de carpinteiro, talhavam-se as roupinhas para vestir as figuras que iam nascendo. A Nossa Senhora , de vestido de cetim azul, com um fio dourado à cintura. Cabecinha de bugalho e auréola de arame.
S.José vestia fatinho e capa de serapilheira castanha e um bordão de amieiro mantinha-o em pé.
-Professora, o Menino Jesus fica nu?
-Ó coitadinho, vamos arranjar-lhe um cueirinho-respondi.
-Tem de ser loiro, não é professora?
-O Menino Jesus pode ser como nós o quisermos ver, loiro ou moreno, olhinhos em bico ou escurinho.
........E hora a hora, dia a dia o nosso Presépio crescia, enquanto entoávamos o "Alegrem-se os céus e a terra", "Entrai pastores, entrai".....
......Eram momentos mágicos.

(Tirado do livro "O céu da Céu").

Veja meu Slide Show!

PARA RECORDAR...RECORDANDO...

Numa das vezes que o Carlos foi a Setúbal para fazer a revisão ao carro, levou o nosso filho mais novo que deveria ter cinco ou seis anos. Iam os dois felizes e o Tiago eufórico na espectativa de atravessar o Sado no barco "muito grande" e ver os golfinhos...almoçar no restaurante ...passear pela cidade...ver uma grande oficina com muitos carros. Uma grande aventura!
Ao final do dia e à hora combinada, lá foram pai e filho buscar o automóvel. Foram recebidos por um "amigo" que simpaticamente explicou como decorrera a revisão. O Carlos ouviu atentamente, pagou e ia despedir-se quando o "amigo", olhando para o Tiago, disse:
-Então o seu netinho gostou do passeio?
(Ainda hoje recorda este episódio e diz com graça,que sentiu um soco no estômago...)
Passaram-se anos. O tempo passa mesmo depressa... e um dia destes fomos a Lisboa para ver os netos. Estávamos na casa do filho Pedro, pai da Inês. A certa altura ela apareceu com vários desenhos que acabara de fazer e começou a distribui-los. Um para o pai, outro para a mãe...até que chegou a minha vez.
-Esta é a avó.
Olhei. Um círculo grande com dois círculos no interior formavam o rosto e os olhos.Um traço horizontal era a boca. Tinha corpo, dois braços e duas mãos com cinco linhas compridas a fazer de dedos, ainda duas pernas...estava giro! A enfeitar o rosto, muitos risquinhos de forma desordenada... Depois de apreciar, pensei que se tinha enganado e disse-lhe:
-Inês, este retrato deve ser o avô, pois tem muitas barbas ...!
Com os olhitos muito abertos e surpresa, respondeu-me:
-Avó, és tu. Não são barbas. São muitas ruguinhas...
(E não é que eu, depois de tantos anos, senti a dor de um soco no estômago?!)