FÉRIAS

quinta-feira, 26 de abril de 2007

CAMINHAR


Caminhar pelo campo, caminhar pela praia, caminhar pela cidade...e caminhar à chuva?
Faltava-nos esta experiência, esta sensação.
Manhã muito cedo...

..."Esse dia sem igual, como um dia inicial, esse dia inteiro e limpo foi o 25 de Abril.
Dia em que as ruas cresceram e as horas se esqueceram e em praças e avenidas se agitaram cravos mil. Em que o povo levantou, de voz armado e razão, a sua Revolução, p´ra, sem mortos nem feridos, ao país restituir a liberdade roubada e à terra lançar sementes de um recto e claro porvir..."

E lá fomos subindo a serra sob um manto acinzentado e carregado de loucas nuvens que dançavam aqui e ali e nos salpicavam docemente... e molhavam ternamente as estevas floridas que aos milhares enfeitavam as encostas da serra...e davam de beber às aves que trinavam à nossa passagem...

sexta-feira, 20 de abril de 2007

SONHO ACORDADA


Gosto de sonhar. Sonhar acordada.Sonhos que me alimentem o espírito.
Sonho com dias bonitos, cheios de sol.
Sonho com dias de chuva, como o dia de hoje.Abençoada chuva que regou os campos, os jardins, as hortas, as flores...
Sonho com a festa de aniversário da ASAS. Sonho com as cantigas.
Sonho com a pandeireta da Carolina. O tambor da Aparecida. O shake da Dulce. Os ferrinhos do João. A guitarra do Pereira. O assobio do Mário. Sonho com a malta da TUNASAS.
Sonho com a Peregrinação a Fátima, a viagem de comboio ao algarve e a subida do rio Guadiana, de barco.
Sonho com a viagem a Moscovo e S. Petersburgo.
Sonho com as férias na praia, em Setembro.
Sonho com uns ténis muito grandes, que não magoem os pés.
Sonho com uma chávena de café e fatias de ovos com açúcar e canela.
E por que sonho, consigo mais do que aquilo que imagino.
E por que sonho o possível,não tenho medo de sonhar.
E não desisto. Não baixo os braços.
Acredito.Procuro. Encontro. Sonho acordada.

domingo, 15 de abril de 2007

SER SIMPLES


Conheço trabalhos de Laurinda Alves desde os seus tempos de jornalista na RTP, depois como autora e apresentadora dos programas "Verdes Anos" e "Primeiros Anos", na SIC. Também como directora da revista "Pais e Filhos". Sei que recebeu o Grau de Comendador da Ordem de Mérito pelo debate e defesa das questões educativas. Criou a revista XIS. Os editoriais dessa revista deram origem a um livro, "XIS, ideias para pensar."
De vez em quando gosto de folhear esse livro. Faz-me bem. Faz-me pensar. Hoje, deixo-vos algumas frases de um desses editoriais.

" A vida não está feita para ser simples todos os dias, mas algumas pessoas exageram."

"Simplificar a vida passa por ser positivo, ter um sentido construtivo e um olhar mais tolerante. Significa não esperar da vida aquilo que ela não nos pode dar e, acima de tudo, valorizar e viver melhor com aquilo que temos. Ser simples é não mostrar nenhuma presunção de superioridade, é dar atenção aos outros, falar com todos da mesma maneira, não ter preconceitos de qualquer espécie, ser educado, contido e estar sempre atento ao essencial.

Em resumo, é ser naturalmente SOLIDÁRIO."

segunda-feira, 9 de abril de 2007

RUMO AO SUL


Caminhar pela serra.
Caminhar junto ao mar.
E caminhar numa cidade algarvia, com mar e serra por perto...?

Manhã cedo,no ar, os cheirinhos misturam-se.Flores, com ervas aromáticas. Mar, com gentes.
Passam grupos de jovens , alegres.Fala-se inglês, muito castelhano e ri-se em português açucarado. As pessoas são simpáticas.
Passam grupos de ciclistas, bem dispostos, pedalando ao ritmo da conversa.
Uma gaivota pousa na cabeça do São Gonçalo e turistas apontam, divertidos ,as suas máquinas fotográficas.
Lá ao longe a Baía e a Meia Praia convidam os caminhantes.
No Castelo e junto às muralhas começam a assentar arraiais, os vendedores de bolos de figo e amêndoa.

Continuo a caminhada com passo mais largo e apressado, agora pela marginal.

Meninas loiras e meninos tostados pelo sol, vendem viagens às grutas, visitas aos golfinhos e passeios em barcos grandes e pesca desportiva... depois vem a Marina, cheia de belos veleiros e ricos barcos de recreio e uma curiosa ponte levadiça que atrai os mirones.
E vi um burrinho verdadeiro, com alforges coloridos e carregados com frasquinhos de mel e doces caseiros.
E vi o Mercado de Rua...roupa, flores, árvores(laranjeiras pequeninas em flor e muito cheirosas) folares, montes de folares rindo para mim, com os seus olhos grandes de ovo...

Valeu a pena sair de casa, pela frescura da manhã e caminhar por esta cidade bonita e bem disposta!

terça-feira, 3 de abril de 2007

OLHAR


O dia hoje está brilhante.E eu estou quase como o dia...obrigada sol. Obrigada amigos.
"Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe."
A vida é assim, aos altos e baixos.Ontem vocês ouviram-me, foram mesmo amigos.
........................................................................................

Juntámo-nos aos pés da estátua de Vasco da Gama e daí partimos para mais uma caminhada.Desta vez bem pertinho do mar.
Por minutos deixei-me ficar para trás. Os meus olhos quiseram ver o que dali avistava este "HOMEM" erguido no seu pedestal e vestido de bronze.
Que privilégio...o mar azul, verde, prata; a praia dourada; as gaivotas bronzeadas, à espera dos barcos que hão-de chegar da faina pesqueira; os navios lá ao longe...oh saudade, que saudade...

"Era Dia de Páscoa, em Melinde.Os barcos embandeirados,vivendo a festa da Ressurreição do Senhor, a Páscoa de 1498."

O mar continua azul e o tempo de Páscoa também iremos celebrar!

segunda-feira, 2 de abril de 2007

OS MEUS AMIGOS

O dia está cinzento.Estou quase como o dia.
Sentada, olhando para a televisão, mas sem nada ver ou ouvir.
Acho que hoje necessitava de sentir a mão estendida de um amigo ou um ombro onde encostar a cabeça e fechar os olhos.
E eu que tenho a mania de dizer que os amigos são para as ocasiões e que não preciso de escrever, aparecer ou telefonar, porque os verdadeiros amigos estão sempre prontos à nossa chamada!

Onde está aquela amiga inseparável dos tempos de liceu?
Onde está aquele primo com quem brincava todas as tardes?
Onde está a colega com quem trabalhei anos a fio, porta com porta?
Onde está aquela pequenina de tranças louras que eu trazia, de Morgavel , para passar os fins de semana na nossa casa?
Onde está a Linda, uma menina Sul Africana , que veio para Portugal aprender o Português e esteve quase um ano connosco?

Estou dominada por sentimentos de culpa.Que fiz para contrariar o tempo que devastou as amizades?
Vou travar esta angústia. Vou pegar no telefone, escrever, enviar e-mails...

Não posso perder os meus amigos.
Quem sabe , senão haverá algum, que neste momento, precisa de mim!